10 de abr. de 2011

DEUS PODE TODAS AS COISAS.


Introdução





Este livro relata minha história, minha dura realidade feita não só de momentos de desespero e tristeza, mas de momentos de alegria e esperança. Relato toda a luta que enfrentei contra minha deficiência visual. Esta deficiência foi algo que destruiu em parte meus sonhos de adolescente, mas me ensinou muitas coisas.
Assim a leitora e o leitor poderão acompanhar toda a trajetória vivida e ao mesmo tempo entender um pouco dos sentimentos e das dificuldades de quem se descobre perdendo a visão. É uma experiência difícil de relatar e de fazer entender, mas achei que valia a pena contar um pouco do que vivi. 
A finalidade deste escrito é mostrar através de meu sofrimento e luta, a grande importância de não desistir jamais das coisas que podemos conseguir e sempre crer em Deus e no amanhã.
Tenho a certeza que de alguma forma as palavras escritas neste livro poderão servir de incentivo para você que enfrenta um problema parecido com o meu.  Se isso acontecer, darei por bem empregado meu tempo e os esforços para redigir este texto.

                                                                  Maria S.C. Filha


Um pouco de minha vida

Nasci e cresci em Triunfo, uma cidadezinha localizada no interior de PE a 400 Km da capital do estado, Recife.
Triunfo é um lugar pacato com uma população pequena, mas um lugar gostoso, verde, ar puro, céu azul, um refúgio para quem busca paz e tranqüilidade.
Minha infância e adolescência em Triunfo foi cheia de aventuras junto a natureza, brinquei com borboletas, passarinhos, adorava prende-los e depois solta-los só para admirar a altura do seu vôo.  Tomei longos banhos de cachoeira, brinquei de balanço feito em arvores pelo meu irmão mais velho.  Tai uma época em que nada mais importava, apenas a liberdade de correr e brincar em meio a tanta natureza.
Hoje, passado algum tempo onde muita coisa mudou continuo gostando e admirando muitas coisas na minha terra natal, como o entardecer cheio de andorinhas voando no céu durante o verão, o lago no centro da cidade que chamamos de (açude) as comidas típicas da região enfim coisas que agente nunca esquece.
Mas, naquela época a nossa situação financeira era muito difícil, meu pai pedreiro, minha mãe dona de casa.  Passamos por muitas necessidades.  Meus pais tiveram que enfrentar uma batalha para criar seis filhos.
Eu a mais nova e a escolhida para o que posso chamar de verdadeira pobreza.  Uma deficiência visual onde só foi descoberta no auge da minha adolescência onde já vinha enfrentando a difícil jornada de acompanhar minha mãe com um sério  problema de visão, triste, depressiva, se sentindo cada dia pior e com tantos outros problemas de saúde, presenciei com oito anos um forte crise de pressão alta onde ela ficou em estado de choque.  Tive tanto medo, acho que foi a primeira vez que tive medo de  perder alguém que amo tanto.
A partir daí acompanhei com ela nos meus braços outras crises que nunca saíram da minha memória.  Hoje infelizmente minha querida mãe tem apenas 10% de visão.
Quando o meu problema se agravou tive em casa um exemplo de fé, força e coragem.  Essa foi uma das coisas que me ajudou a entender ou aceitar a minha situação de vida naquele momento.
O que mais me entristece, apesar da pobreza visual que enfrentei e hoje a riqueza de ter uma nova visão devido ao transplante de córneas é o fato de não poder ajuda-la a sentir o sabor a riqueza de obter de volta a luz da visão algo que ela está perdendo a cada dia.
Quem se encontra com a visão comprometida, entende ainda melhor do que estou falando.  Sei que nada posso mas Deus pode tudo.

INSTITUTO DA VISAO

Instituto da visão divulga avanços no tratamento do ceratocone.

O Instituto da Visão – UNIFESP iniciou um novo protocolo para tratamento de Ceratocone, principal causa de transplantes de córnea no Brasil e no mundo. O método, denominado Corneal Cross Link (CXL), já aprovado pelo Comitê de Ética da instituição, consiste na instilação de uma substancia chamada Riboflavina (vitamina B2) no olho do paciente previamente anestesiado, seguida de aplicação de luz ultravioleta, para criar novas ligações entre as moléculas de colágeno da córnea, aumentando sua resistência. O tratamento, que dura cerca de duas horas, é ambulatorial e o paciente é liberado na seqüência, devendo retornar diariamente para acompanhamento do processo de cicatrização.
O que é ceratocone
Ceratocone é uma ectasia ( abaulamento) da córnea ( lente mais potente do olho) não-inflamatória e indolor, caracterizada pelo afinamento e perda de rigidez da parte central da córnea, que fica mais abaulada (formato de cone), provocando distorção e embaçamento das imagens, similar à provocada por altos astigmatismos. Em 90% dos casos é bilateral. Sua origem é genética, com forte caráter hereditário. Inicia-se geralmente na adolescência, por volta dos 16 anos de idade, evoluindo até, aproximadamente, 35 a 40 anos quando, na maioria dos casos, ocorre uma estabilização espontânea do processo.
Evolução e tratamento
Durante o estágio ativo da doença as mudanças podem ser rápidas. Freqüentemente os pacientes reclamam das constantes mudanças de grau dos seus óculos. Na maioria dos casos, 80%, o uso de óculos ou lentes de contato rígidas, são suficientes para garantir uma visão satisfatória para o paciente. Entretanto, a progressão da doença é muito variável. Enquanto alguns casos evoluem lentamente, uma minoria tem evolução rápida, necessitando de lentes de contato rígidas ou até transplante de córnea.
Mesmo com o desenvolvimento de novos procedimentos cirúrgicos para simplificar ou fornecer mais segurança no tratamento do ceratocone, como os implantes de anéis intra-corneanos, o transplante de córnea ainda é o único procedimento curativo para a doença, apesar do risco de complicações, como alto astigmatismo, anisometropia, rejeição, infecção, glaucoma, catarata e doenças relacionadas a superfície ocular.
O CXL vem se tornando uma opção terapêutica menos agressiva e, o que é fundamental, potencialmente capaz de controlar a progressão do ceratocone e de ectasias corneanas pós- cirúrgicas, justamente por agir no mecanismo fisiopatológico da doença, endurecendo a córnea.
Aplicado em fase experimental na Suíça e em alguns países da Europa, com resultados animadores -- a maioria dos pacientes tiveram sua doença estabilizada – o “Cross-Link” do colágeno corneano deve tornar-se uma opção menos invasiva em casos de ceratocone progressivo, diminuindo eventualmente as necessidades futuras de transplantes de córnea.
Serão aceitos pacientes com ceratocone em estágio inicial ou moderado, com evolução comprovada por exame de topografia corneana, e sem outras doenças oculares. O atendimento será realizado às 3as. e 5as. feiras, das 11 às 13h, com hora marcada.
SERVIÇO:
Centro Avançado de Diagnóstico e Tratamento de Ceratocone do Depto de Oftalmologia da UNIFESP
Endereço: Rua Botucatu, 723 – Vila Clementino
Telefone para informações e agendamento: (11) 5576-4460