10 de abr. de 2011

INSTITUTO DA VISAO

Instituto da visão divulga avanços no tratamento do ceratocone.

O Instituto da Visão – UNIFESP iniciou um novo protocolo para tratamento de Ceratocone, principal causa de transplantes de córnea no Brasil e no mundo. O método, denominado Corneal Cross Link (CXL), já aprovado pelo Comitê de Ética da instituição, consiste na instilação de uma substancia chamada Riboflavina (vitamina B2) no olho do paciente previamente anestesiado, seguida de aplicação de luz ultravioleta, para criar novas ligações entre as moléculas de colágeno da córnea, aumentando sua resistência. O tratamento, que dura cerca de duas horas, é ambulatorial e o paciente é liberado na seqüência, devendo retornar diariamente para acompanhamento do processo de cicatrização.
O que é ceratocone
Ceratocone é uma ectasia ( abaulamento) da córnea ( lente mais potente do olho) não-inflamatória e indolor, caracterizada pelo afinamento e perda de rigidez da parte central da córnea, que fica mais abaulada (formato de cone), provocando distorção e embaçamento das imagens, similar à provocada por altos astigmatismos. Em 90% dos casos é bilateral. Sua origem é genética, com forte caráter hereditário. Inicia-se geralmente na adolescência, por volta dos 16 anos de idade, evoluindo até, aproximadamente, 35 a 40 anos quando, na maioria dos casos, ocorre uma estabilização espontânea do processo.
Evolução e tratamento
Durante o estágio ativo da doença as mudanças podem ser rápidas. Freqüentemente os pacientes reclamam das constantes mudanças de grau dos seus óculos. Na maioria dos casos, 80%, o uso de óculos ou lentes de contato rígidas, são suficientes para garantir uma visão satisfatória para o paciente. Entretanto, a progressão da doença é muito variável. Enquanto alguns casos evoluem lentamente, uma minoria tem evolução rápida, necessitando de lentes de contato rígidas ou até transplante de córnea.
Mesmo com o desenvolvimento de novos procedimentos cirúrgicos para simplificar ou fornecer mais segurança no tratamento do ceratocone, como os implantes de anéis intra-corneanos, o transplante de córnea ainda é o único procedimento curativo para a doença, apesar do risco de complicações, como alto astigmatismo, anisometropia, rejeição, infecção, glaucoma, catarata e doenças relacionadas a superfície ocular.
O CXL vem se tornando uma opção terapêutica menos agressiva e, o que é fundamental, potencialmente capaz de controlar a progressão do ceratocone e de ectasias corneanas pós- cirúrgicas, justamente por agir no mecanismo fisiopatológico da doença, endurecendo a córnea.
Aplicado em fase experimental na Suíça e em alguns países da Europa, com resultados animadores -- a maioria dos pacientes tiveram sua doença estabilizada – o “Cross-Link” do colágeno corneano deve tornar-se uma opção menos invasiva em casos de ceratocone progressivo, diminuindo eventualmente as necessidades futuras de transplantes de córnea.
Serão aceitos pacientes com ceratocone em estágio inicial ou moderado, com evolução comprovada por exame de topografia corneana, e sem outras doenças oculares. O atendimento será realizado às 3as. e 5as. feiras, das 11 às 13h, com hora marcada.
SERVIÇO:
Centro Avançado de Diagnóstico e Tratamento de Ceratocone do Depto de Oftalmologia da UNIFESP
Endereço: Rua Botucatu, 723 – Vila Clementino
Telefone para informações e agendamento: (11) 5576-4460

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