“Versos a um doador de córnea”
Meu grande amigo anônimo sepulto
Onde não deporei uma só flor.
A ti a minha fé, meu carinho, meu culto,
A ti, que não conheço, o meu amor.
Além de devolver-me a luz intensa
Do sol, que o corpo e o espírito me invade,
Fizeste ressurgir em mim a crença
No altíssimo, no amor e na bondade.
Seja-te a morte oceano sem escolhos,
Teu coração repouse sempre em calma;
Mais que trazer-te agora nos meus olhos,
Trago-te, como um filho, dentro da alma.
Não sei teu corpo em que recanto jaz,
Mas, se algo existe para os que se vão,
Eu te ofereço o bem supremo: A Paz
Que guardo para ti no coração.
“Suzana de Campos”
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